31.10.11

Esportes!

Aos longos destes 4.4 anos de vida sinto-me feliz por ter tido a oportunidade de nascer numa família que adora esportes. Recordo-me que desde criança ia para os jogos de futebol do time que meu pai dirigia e no qual meu irmão jogava. Aos 8 anos comecei na natação. Fui atleta federada e representava minha cidade em campeonatos na capital. Treinava no clube da Petrobras de São Sebastião, o Tebar, e por lá passei minha juventude.

Aos 13 iniciei no Volleybol, conciliando os treinos dos dois esportes e a escola. Me destaquei e era conhecida como Lela paralela. Tinha braços longos e estatura esguia para minha faixa etária, isso me permitia cravar nos 3 e na paralela da quadra. Que época maravilhosa e saudável.



Com o decorrer do tempo, tive que assumir mais profundamente os estudos e a batalha para poder pagá-los, já que precisei trabalhar desde muito jovem. Assim me fui afastando dos treinos, mas nunca por completo. Sempre que tinha oportunidade jogava nos torneios de praia, aos fins de semana e depois do curso universitário ingressei no time veterano da minha cidade. Talvez precocemente, mas era lá que me sentia a vontade para me soltar em quadra e relaxar a mente, sempre cansada com a batalha do dia-a-dia dos estudos e do trabalho.

O frescobol foi, e ainda, é um esporte alternativo que adoro, uma atividade que não me exige treino e só me traz contentamento e dor no bumbum, resultado dos agachamentos necessários para se ter uma boa sintonia com o parceiro e a bola. Também me permite pegar um bronzeado em dia de sol. Em conjunto com o frescobol, me liguei ao surf. Graças a uma amiga querida, Regina Santos, a Nininha, pioneira do bodyboard em nossa cidade São Sebastião. Treinávamos muito nas ondas de Guaecá e Maresias. Fomos patrocinadas por grandes empresas de surfwears, participamos de campeonatos em outros estados, principalmente no sul do país, e mantínhamos nosso corpo saudável e elegante, com muito prazer.

Para minha formação de psicóloga do esporte, ingressei no mergulho livre. Necessitava conhecê-lo melhor para entender as fobias e pânicos que o atleta pode vivenciar embaixo da água. Foi um esporte inesquecível, uma experiência única que realizava na Ilhabela, hoje em dia famosa por esporte náuticos. Com o início da carreira profissional não sobrou mais tempo para desfrutar do esporte que ainda pretendo reativar em minha vida.

Casando-me com um marido esportista e naturalista, não podia deixar de lado a prática esportiva, apesar dos esportes preferidos de meu amado serem bem diferentes dos de meu agrado, mas lá fui eu ter contato com o ar, tirar os pés do chão e voar de paraglider. Fiz o curso com um instrutor muito competente e decolei pela primeira vez no Morro do Guaecá, a praia onde década atrás eu deslizava nas ondas, fui experimentá-lo do alto. Foi mágico, e me deu uma sensação de inteireza e capacidade, mas não era o que eu levaria pela frente como esporte. Acompanhei meu marido que se tornou atleta fiel ao voo livre. Estivemos em montanhas gigantescas na França, Alemanha, Suiça e até mesmo no Brasil, mas o acompanhei apenas com minha máquina fotográfica, registrando os momentos de prazer e contemplação do meu marido que é apaixonado por este esporte.

Como na Bélgica, onde vivemos por 8 anos, não existe montanhas que favoreçam a prática do esporte, a maior acho que tem 300 metros e deixa a desejar para os gliders, esta atividade foi diminuindo em nossa rotina, dando vez então ao novo esporte que se tornou um hobby, o ciclismo.

Joris com seus interesses por ecologia e tecnologia, encontrou algo que satisfazia seu desejo de estar ativo e preservar a natureza. Encontrou em uma exposição na Alemanha o Velomobiel, uma bicicleta bem diferente, com 3 rodas e uma cabine, que permite pedalar sem se molhar na chuva e nos dias branquinhos de neve do inverno. Ele comprou uma e a adaptou com acessórios técnicos, como GPS, luzes, buzina... Enfim, parecia um carro, mas com funcionamento mecânico, dependendo só das nossas pernas para ganhar vida.


Foi então que começamos a fazer viagens de bicicleta. Fomos da Bélgica a Holanda, França e quase chegamos a Espanha. Como estes percursos dependem de tempo, ficamos limitados aos dias de férias e deixamos em nossos planos, terminar a viagem a Santiago de Compostela. Um dias desses ela sai.

Meu recorde foram 800 km numa semana com o velomobiel. Mas meu querido esportista Joris pedalava 75 km diários para ir ao trabalho, com isto fez 12.000 km, antes de vendê-lo tristemente quando nos mudamos para Espanha. Madrid é uma cidade que não possuí ciclovias e representava um risco para sua vida manter o hábito de ir ao trabalho de bicicleta como fazia na Bélgica.

Para não nos despedirmos de vez da prática ciclista, adquirimos um triker, que trouxemos para a Sandlândia na mudança, mas ele não foi bem recebido aqui por nossos seguranças e tivemos que enviá-lo para o Brasil.

Com minha preocupação e dor no coração, Joris pedala por nossa cidade sem ciclovias, mas somos felizes por perceber que o povo brasileiro começa a reconhecer a importância e o valor deste meio transporte. Sigo aqui acreditando que uma hora dessas as ciclovias seram implantadas por todos os lados do nosso lindo Brasil.

Joris, apesar de trabalhar com petróleo, afirma que o velomobiel, tal como as bicicletas, serão o transporte do futuro. O pretinho poderoso está com seus anos contados.

Agora que vivemos em Sandlândia, país onde a mulher tem menos ou quase nenhuma liberdade de expressão, não posso ir para a rua de bicicleta com roupa esportiva, não posso sair para dar uma corridinha no parque, a não ser que o faça com a abaya (tipo burka), que só vai me permitir uns bons tombos. Então resolvi praticar no condomínio onde moramos, onde posso andar à vontade, com roupas mais adequadas para este calor danado que sempre faz, o SUP Stand up. Trata-se de uma prancha de surf grande que te leva onde você quiser desde que tenha um pouco de força nos braços e equilíbrio. Estou adorando o novo esporte e treinando para nas férias de julho no Brasil remar com uns amigos caiçaras do canal de São Sebastião até a Ilhabela, cerca de 12 km, ida e volta. Será mais uma aventura para contar aos meus netinhos. Pelo jeito meu maridão aventureiro também, porém não tão radical, já que irá nos acompanhar nadando. Ele tem este objetivo há tempos. Vamos deixar rolar e aguardar as férias para desfrutar.

Atualmente remo na prainha do condomínio e jogo volley com os amigos de trabalho do Joris. Apesar de ser a única mulher, me sinto orgulhosa por ainda poder soltar uma paralela de vez em quando...


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10.10.11

Velomobiel




Este foi mais um dos brinquedinhos do Joris.  Meu marido, superecológico e tecnológico, resolveu comprar um velomobiel para ir trabalhar.

A cada dia pedalava 70 km e assim economizava combustível, fazia esporte e se livrava dos engarrafamentos de nossa casa até Antwerpia, onde trabalhava.

O Velomobiel é um protótipo alemão, que tem o preço de um carrinho popular. É totalmente mecânico e meu homem simples do Norte o deixou bem equipado, com luz led, GPS, buzina, enfim, ficou uma beleza, não tinha quem não o namorasse.

Joris andou 14 mil km em um ano de uso na Bélgica. Ficou muito triste quando precisou vendê-lo, por ocasião de nossa mudança para a Espanha. Seu chefe o queria em vida por lá, e temia pelo uso do velomobiel numa cidade como Madrid em que, infelizmente, ainda há poucas ciclovias e os motoristas não respeitam os ciclistas.

Mas antes de vendê-lo fizemos uma viagem pela Bélgica, Holanda e França. Juntos percorremos a metade do caminho de Santiago de Compostela, fizemos cerca de 700 km em uma semana. Foi uma viagem encantadora, apesar de muito cansativa. Temos planos para um dia terminar o caminho, de bicicleta ou caminhando. 








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