22.2.11

Ensaios



Sentei para escrever com uma ansiedade de acabar, ou ao menos tentar realizar, algumas das tarefas que minha querida orientadora solicitou.

Não quero ficar de lero-lero. Preciso estar convicta de que faço o máximo para ter uma boa disciplina nesta nova etapa, mas a verdade é que em pleno movimento de idas e vindas, das viagens com o marido, dos retornos aos deveres do lar, do empenho para acompanhar melhor o filho e de tantas outras tarefas do curso de inglês, acabei atrasando minhas solicitadas tarefas de escrita.

Pois bem, concluí parte dos meus deveres num caderninho de anotações, mas minha esgarranchada caligrafia dificulta a compreensão. Agora me resta passar a noite adentro teclando e expressando minha experiência e aventuras em Istambul.

Há tantas outras coisas que desejo ainda relatar. Tenho vários episódios interessantes na cabeça, de passagens que gostaria de contar com mais detalhes.

Árduo será o trabalho de separá-las e de apresentá-las sem minhas confusões mentais...

Opa! Espera aí... Não quero censuras. Vou relaxar, deixar fluir, liberar a mente, a energia e o desejo de dividir com outros estas passagens tão gostosas da minha vida.

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21.2.11

Istambul


Foi uma viagem ótima. Ainda não tive tempo de reunir as lembranças. Entre outras coisas, aluguei uma bicicleta para passear, conheci as ilhas, perambulei pela cidade. Ficamos num hotel muito bonito, ao lado de um centro comercial que curti muito conhecer. A viagem foi como uma lua-de-mel.
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20.2.11

Paris






Vivendo na Bélgica, a apenas 5 horas de carro ate Paris, tive o prazer de visitar minha cidade favorita uma dezena de vezes. 

A última vez que a visitei foi antes de mudar de continente. Foi uma visita um tanto quanto formal, para tratar do futuro da família, mas como sempre, tirei proveito de cada minutinho. Aproveitei cada bulevar e cada vinhozinho que degustei naquele coração metropolitano.

Fiz um curso em Paris sobre como viver em Sandlândia. Aprendi muitas coisas sobre o lugar onde vou morar. É um lugar protegido e com muita segurança. Para sair da vila vou ter que usar uma roupa especial chamada Abaya. Esta roupa nos ajuda a disfarçar nossas diferenças, para que pareça que somos de lá.

Vamos morar perto de uma cidade que é mais liberal. Há uma ponte de 25 km que separa esta ilha do continente. Planejamos viajar por perto para conhecer outras cidades.

O curso foi todo em francês, fiquei com dor de cabeça de tanto pensar em francês, mas entendi muitas coisas que serão necessárias para viver em harmonia no país em que predominam os sunitas, representados por 90% dos muçulmanos. Na vila teremos toda comodidade: academias de ginástica, piscinas, praia particular, shopping, etc.

Voltei bem mais aliviada sobre como será minha vida em Sandlândia.


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11.2.11

Coisa de pele


Caí mesmo em tentação na semana passada. Também em contradição. Depois de ter me prometido que não iria gastar com coisas fúteis este ano, acabei mordendo a língua e comprando um casaquinho de pele com couro. Casaquinho? Imagina, como se o diminutivo fosse diminuir minha culpa...

Fui às compras para encontrar roupa esportiva, mas depois me perdi nos corredores de lojas de roupas espanholas bem coloridas, diferentes das quais estava habituada a encontrar nas vitrines belgas. Me chamou atenção um casaco (tipo colete), marrom, todo fofinho, feito com pele de coelho com um cinto, também marrom, de couro. Parecia que o danado sorria para mim. Fui dar mais uma olhada nos artigos, mas antes de subir para a ala esportiva me dei conta de que nunca tinha me atraído algo assim e pensei que deveria comprar aquele colete: seria um aviso?

Com a desculpa de aproveitar as liquidações, me conscientizando que outro igual em meu país custaria o dobro, sem contar que poderia ser falsificado, resolvi me juntar ao danado, ou melhor, juntá-lo ao meu guarda-roupa mais que eclético.

Saí do shopping com 5 sacolas, embora tenha ido apenas por uma. No caminho me peguei programando o discurso que iria fazer ao querido marido, superecológico e econômico sobre meu novo casaquinho de pele.

Quer saber? Resolvi mesmo foi dar uma boa namorada, deixá-lo feliz e amado, e depois apresentei os novos pertences. Para minha felicidade, ele fez pequenos comentários, e até um certo elogio, isso me tranquilizou a mente e deixei de pensar nos coelhinhos.

Guardei o casaco, junto com a vontade de usá-lo, sabe-se lá onde, sabe-se lá quando, sabe-se lá... Talvez, depois de incorporar melhor o espírito de "perua", era assim que denominava as mulheres que usam este tipo de roupa.

Esta foi a história da minha comprinha fútil, mas agora tenho que fazer minha mala para ir visitar Istambul. Imagina o que já estou indo pegar no armário? O casaco de pele, é claro, que rodará comigo pelas ruas encantadoras de Istambul.

Aliás, parece que meu espírito ecológico resolveu ser testado esta semana. Recebi de uma amiga um presente especial: outro casaco de pele que veio de Montana, nos EUA. Esta amiga queria retribuir a gentileza porque a acolhemos num momento difícil. Não hesitou em oferecer-me algo especial: o casaco tinha sido presente de uma tia querida. Fiquei um pouco desconcertada. Agradeci muito, mas depois fiquei pensando que este bichinho, ou melhor, que os bichinhos precisarão esperar um tempo para desfilarem comigo por aí. Os termômetros da Sandlândia não me permitirão tal exagero.

Fui salva pelo gongo!
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